Nos últimos meses, surgiram diversos relatos de pessoas que foram contaminadas pelo coronavírus mais de uma vez. Até então, a crença de muitos era de que, ao ser contaminado, o corpo produziria anticorpos capazes de proteger a pessoa do vírus e de uma reinfecção.
Desde que esses possíveis casos de reinfecção surgiram, essa crença tem sido questionada e os casos passaram a ser investigados por pesquisadores em laboratórios de todo o mundo. Entretanto, os cientistas consideram que os contágios aconteceram porque o organismo da pessoa desenvolveu uma imunidade muito baixa contra o vírus.
Em paralelo a isso, algumas pesquisas já apontam que pode haver uma queda significativa no volume de anticorpos no organismo após algum tempo da infecção, o que levanta dúvidas importantes sobre a imunidade.
Com isso, a principal dúvida que surge é a seguinte:
Será que é possível ser infectado com o novo coronavírus mais de uma vez?
Segundo estudo feito pelo Imperial College London, percebe-se que a imunidade contra a Covid-19 vai reduzindo conforme os meses após o contágio passam. No entanto, de acordo com evidências científicas atuais, a probabilidade de uma reinfecção é mínima.
Mesmo com essa probabilidade mínima, ainda assim pode haver a chance de alguém se contaminar pela segunda vez. Se esse for o caso, a boa notícia é que estima-se que a reinfecção seria mais branda, pois o corpo já teria aprendido a combater a doença.
Vale lembrar que, até o momento, já são mais de 70 milhões de casos no mundo todo, e apenas algumas centenas de suspeitas de reinfecção. A preocupação dos especialistas, em contrapartida, é sobre a taxa de mutações que o vírus pode ter. Se ele agir como o Influenza, que se modifica o tempo todo, então será preciso aplicar vacinas anuais para que o corpo retome a capacidade de reconhecê-lo.
Agora, se ele agir como o vírus do sarampo, em que o nosso organismo cria uma imunidade que protege de futuras infecções por esse mesmo agente, então é possível ter uma proteção pelo resto da vida.
Reinfecção ou ainda em recuperação do coronavírus?
Uma das possibilidades que os cientistas levantam é a de que o paciente pode ainda não estar 100% recuperado da Covid-19 no momento em que recebe alta.
Essa possibilidade é levantada considerando o fato de que o teste PCR (feito com o auxílio de uma haste flexível com algodão na ponta) retira amostras mucosas apenas do começo da garganta. O que significa que ele não alcança o agente infeccioso que está presente, por exemplo, nos pulmões. Com o resultado negativo, o paciente é liberado da internação e, sem os cuidados com a saúde, volta a apresentar os sintomas.
Seguindo essa linha de raciocínio, os médicos não estariam lidando com uma reinfecção, mas sim com uma recuperação tardia da doença.
Os casos de reinfecção e o desenvolvimento de vacinas
Se os casos de reinfecção foram confirmados, os cientistas terão de mudar rapidamente as estratégias de produção de vacinas. Segundo relato coletado pela CNN Brasil do médico Gustavo Cabral, imunologista que participa de um projeto de desenvolvimento de uma vacina contra a Covid-19, seria preciso buscar os motivos da reinfecção para realizar adaptações precisas na vacina.
Os cientistas teriam que saber se a reinfecção ocorreu por uma mudança no vírus ou se ela ocorreu apenas no indivíduo que teve uma queda no sistema imunológico.
Como já falamos acima, existem vacinas que sofrem alterações periodicamente, como a vacina da gripe. Entretanto, essas mudanças são previstas com antecedência e, no caso do novo coronavírus, não há tempo hábil na corrida pela imunização.
A que conclusão podemos chegar com esses casos em análise?
É importante reforçar que, como esse é um vírus muito novo, nenhuma hipótese pode ser descartada. Cientistas, médicos e até mesmo a sociedade estão aprendendo no dia-a-dia como o coronavírus se comporta.
Por isso, independente do risco de reinfecção ser verdadeiro, os cuidados com a higiene e a segurança devem ser mantidos. Mesmo que o corpo tenha desenvolvido uma memória imunológica, é preciso pensar no próximo e reduzir as chances da circulação da doença - principalmente com o risco de uma segunda onda chegar.
Ou seja: mesmo para quem já teve Covid-19, é necessário manter o uso de máscara, a higienização das mãos e o distanciamento social!
Não relaxe nas medidas de prevenção! Acompanhe nossas atualizações em nosso blog para ficar por dentro de qualquer novidade sobre o assunto.
Com dados de: CNN Brasil e Saúde Abril
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